Feminista ou Feminina? Entenda as diferenças


A diferença entre Feminismo e feminino não é um “sm” no lugar do “n”. O Feminismo é uma ideologia, uma forma de pensar, baseada em um conjunto de ideias em relação à identidade e à posição da mulher na sociedade. O feminino, por outro lado, diz respeito ao comportamento da mulher, como a mulher expressa sua identidade no dia a dia.
Enquanto um movimento político-ideológico, o Feminismo prega a necessidade de se superar o controle dos homens sobre a identidade e a posição das mulheres (o que se denomina “patriarcado”), e de se romper as imposições masculinas acerca do que é socialmente entendido como “feminino”. O dito “feminino”, isto é, alguns modos específicos de comportamento, bem como algumas expressões de identidade via corpo, seriam utilizados enquanto estratégia para a dominação patriarcal das mulheres, enquanto ferramenta de manutenção das mulheres em posições sociais inferiores às dos homens.
Sob essa ótica, o comportamento feminino, entendido como uma construção social não-natural, deve ser desconstruído, de modo a libertar as mulheres da sujeição ao modelo patriarcal de sociedade. Nesse sentido, feministas se ocupam de expor machismos, desconstruir misoginias1 e direcionar duras críticas e ataques ao comportamento feminino da mulher “bela, recatada e do lar”.
No intuito de denunciar certas violações aos direitos fundamentais da mulher, feministas desconsideram os aspectos naturais do dito “feminino”. Porém, mulheres e homens são diferentes biologicamente, o que, por sua vez, se exprime em diferenças identitárias e comportamentais. A maternidade, por exemplo, cabe exclusivamente às mulheres. As mulheres, ademais, são naturalmente mais cuidadosas e acolhedoras. Seus corpos são biologicamente propensos a esses comportamentos.
Mesmo em países com igualdade de gênero, como a Suécia, as diferenças de identidade e comportamento naturais entre homens e mulheres são visíveis e insuperáveis. E, essas distinções se refletem na posição social que homens e mulheres assumem na sociedade. Profissões que exigem maior força física são ocupadas por homens, enquanto posições que requerem maior cuidado e atenção são ocupadas por mulheres, mesmo em condições de igualdade de acesso e de condições de trabalho.
Disto se observa que a solução para a desigualdade e discriminação social da mulher não resulta da superação do “feminino”. Mesmo em condições de igualdade social, as mulheres permanecem femininas. O feminino é inerente à identidade da mulher e se reflete nos comportamentos e escolhas da mesma na sociedade.
A superação da desigualdade e discriminação social da mulher requer, na verdade, regras e políticas que garantam acesso e condições de tratamento igualitários, mas adequados às especificidades dos homens e das mulheres em todos os ambientes sociais, seja na escola, nos hospitais, no mercado de trabalho, entre outros. A busca por igualdade de acesso e condições deve levar em consideração as diferenças naturais entre homens e mulheres, de modo a garantir a aplicabilidade da lei e resultar em igualdade de fato.
Para assegurar os direitos da mulher, portanto, não é necessário desvalorizar quaisquer conhecimentos ou modos de viver que estejam definidos como tradicionalmente femininos. Pelo contrário, a verdadeira igualdade é aquela que garante à mulher direitos sem a necessidade afetar sua identidade e moldá-la forçadamente à identidade masculina. Os atributos femininos naturais sempre se expressarão na posição social que a mulher assume e, por sua singularidade, devem ser valorizados e perpetuados pela sociedade. Mulheres e homens são e sempre serão diferentes e complementares. É essa diferença que mantém a sociedade.
Notas:
1 Misoginia é o ódio, desprezo ou repulsa ao sexo feminino e às características a ele associadas.
2 Essas constatações encontram-se no documentário: “The gender equality paradox”, disponível em: